Tilápia e manga podem virar espécies “invasoras”: proposta do Governo Lula gera debate

O Ministério do Meio Ambiente (MMA) protagonizou, nos últimos dias, uma grande controvérsia. Isso porque a tilápia entrou na lista de espécies exóticas consideradas invasoras pelo governo brasileiro. Para completar, a manga também é forte candidata a ser incluída.

A proposta gera preocupação nos setores produtivos, que temem restrições econômicas e trabalhistas, apesar de especialistas em biodiversidade argumentarem que as espécies podem causar danos ambientais ao competir com as nativas por recursos e introduzir doenças.

O debate sobre a regulamentação dessas espécies, que já foram incluídas em propostas de lista, busca um equilíbrio entre a proteção da biodiversidade e os impactos na economia. A proposta também inclui outras espécies, como eucalipto, pínus, jaca e camarão, o que afeta diretamente a silvicultura e a fruticultura no Brasil.

Da parte do governo, a justificativa é de que espécies invasoras podem competir por alimentos e espaço com espécies nativas e transmitir parasitas, causando danos aos ecossistemas. Além disso, a reprodução em ecossistemas naturais pode causar desequilíbrio ambiental e prejuízos à biodiversidade nativa.

Mas há o outro lado desta moeda. Os produtores alegam que a classificação como “invasora” pode levar a restrições severas, afetando empregos e a economia, o que impacta no preço dos alimentos, como o pescado.

Reflexo

A classificação da tilápia e da manga como espécies invasoras tem reflexo direto na região. A tilápia já vem sendo criada em larga escala, em cativeiro, há bastante tempo em cidades como Sobradinho (Norte da Bahia) e Petrolândia (PE), no Sertão de Itaparica. A manga, então, nem se fala. A fruta é um dos principais produtos de exportação de Petrolina (PE) e Juazeiro (BA) para mercados como Europa, Estados Unidos e Ásia.

Mas até agora, o governo busca um equilíbrio entre a preservação da biodiversidade e a sustentabilidade econômica. A ideia também é promover um debate público, para somente a partir daí haver uma decisão final. Portanto, esse é um tema que ainda promete muita conversa.

 

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